Vou postar agora um artigo resumido, mas bem legal da "Você SA" para que você e seu parceiro consigam administrar suas finanças.
Para muitos casais a palavra dinheiro soa como um problema sem solução. Se um quer comprar um carro zero e o outro fazer uma viagem para o exterior, a briga pode estar arranjada. E discutir com o amado por causa de dinheiro não tem nada de moderno. No século 17, Luiz 16, rei da França, vivia em pé de guerra com sua mulher, Maria Antonieta. O casal não podia ser considerado um bom exemplo quando o assunto era finanças pessoais. Parte da discórdia era por culpa da rainha, muito perdulária. Uma vez, quando o país passava por sérios problemas financeiros, Maria Antonieta tirou o rei do sério. Ela voltou para casa com um par de brincos que custava o preço de uma casa e por isso ficou conhecida como Madame Déficit. Mas por que o dinheiro atravessou séculos causando tantos desentendimentos entre os casais?
De acordo com especialistas financeiros, além de o assunto ser um tabu para a sociedade, as pessoas têm receios ao lidar com sua grana, por isso elas preferem não falar sobre dinheiro, até mesmo com os amigos e parentes mais chegados. "Conversar sobre dinheiro é exibir quanto poder você tem", diz Joel Birman, psicanalista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Por causa disso, a insegurança é a grande vilã dos não abonados, que podem se sentir menos poderosos quando falam ou demonstram sua pouca capacidade financeira. Já quem tem muito dinheiro na conta corrente pode achar que vai ser alvo da cobiça ou da inveja dos outros, caso exponha sua capacidade monetária. A solução para essas pessoas é o silêncio.
O importante é que o casal crie uma rotina para falar do dinheiro não apenas quando as contas estiverem no vermelho. "O assunto dinheiro tem de fluir com naturalidade e deve ser tratado também nos momentos das vacas gordas", sugere Conrado Navarro, planejador financeiro pessoal e autor do livro Vamos Falar de Dinheiro? (Editora Novatec). Aliás, um bom momento para reavaliar os gastos e planejar os investimentos é quando a grana não é um problema para o casal. Se algo der errado — um dos dois ficar desempregado, por exemplo —, o casal vai estar mais preparado para enfrentar a situação adversa. "Se o cenário que era bom mudar de uma hora para outra, o casal que nunca teve cumplicidade para tratar do tema dinheiro vai ter dificuldades para enfrentar os problemas", diz Conrado.
A mulher cuida do dinheiro
Desde que a mulher avançou no mercado de trabalho, as decisões sobre o que fazer com o dinheiro da família não pertencem somente ao homem. A empresa Sophia Mind, com foco em pesquisa e inteligência de mercado, do Rio de Janeiro, fez uma pesquisa com 2 096 mulheres no país, por meio de um questionário online. O levantamento, realizado em janeiro deste ano, mostrou que 77% das mulheres possuem metade do poder de decisão das compras domésticas. Entre as casadas, o percentual sobe para 91%. "O dinheiro da mulher está em jogo, por isso ela quer participar das decisões que antes pertenciam apenas ao homem", explica Bruno Maletta, sócio-diretor da Sophia Mind. Por outro lado, a participação da mulher é menor quando o assunto é pagar as contas: 39% das casadas contribuem pouco ou nada com as despesas da casa. Mas será que é confortável para o homem ver a mulher avançar nas finanças da família?
Para Joel Birman, da UFRJ e da UERJ, a situação é um tanto desafiadora para o homem e também para a mulher. Para ela, casar com alguém que receba um salário inferior não é algo natural, principalmente porque a mulher ainda enxerga o homem como provedor e se sente mais segura quando o parceiro participa das decisões financeiras. Uma prova dessa dependência é que, apesar de as mulheres avançarem nos investimentos financeiros, 63%decidem onde e como aplicar o dinheiro junto com o parceiro, segundo a pesquisa da Sophia Mind.
O gastador e o econômico
As relações amorosas estão cada vez mais efêmeras. Joel explica que o individualismo nas parcerias é um fenômeno social recente e pode prejudicar a vida a dois. Antigamente, os casais tinham como objetivo construir um patrimônio, porque acreditavam que passariam a vida toda um ao lado do outro. Hoje, a situação é diferente. Não quer dizer que as pessoas deixaram de acreditar no casamento eterno, mas a opinião ficou mais dividida. "Na relação amorosa contemporânea, os casais dividem as contas e os investimentos. Eles desconfiam, de maneira consciente ou inconsciente, que a relação pode não ser para sempre", diz Joel. Para esses casais, com todas as contas separadas, o risco de ter algum problema financeiro depois de uma separação conjugal é menor. Porém, resultado do excesso de individualidade é o distanciamento.
Para toda vida
Os nossos pais são os principais influenciadores dos nossos hábitos financeiros. Quem não poupa e vive cercado de dívidas pode criar uma criança que não terá o hábito de guardar dinheiro quando for adulto. A jornalista Justine conta que em alguns relacionamentos amorosos as pessoas não falam sobre dinheiro porque se sentem culpadas por hábitos perdulários. Uma culpa que pode vir desde a infância. "Talvez seu companheiro já tenha tentado conversar sobre dinheiro, mas você pode ter desconversado e fingido que tudo estava bem, quando na verdade não estava", diz Justine. Se este é o seu caso, saiba que reviver o passado é a melhor maneira de mudar os hábitos financeiros. "Assim, você consegue verificar se o que aprendeu está ou não ajudando", diz Valéria Meirelles, psicóloga e terapeuta de casais, de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário